sábado, 28 de novembro de 2009
INCOMPETÊNCIA DA O.M.B.
Incrível!
O músico paga a OMB para ser fiscalizado! Quam gosta disso?
Quem trabalha na OMB está apenas defendendo um salário, não tem a menor intenção de fazer nada pra ninguém! Quando questionamos, eles alegam falta de dinheiro. Bem, se a OMB existe há 49 anos e não tem fundos, tá provada sua incompetência! Sua desorganização! Se o governo federal não repassa verba, é pq eles reconhecem a falta de competência desse órgão do NADA, não sabe direito pra que serve e se souber vai ver que não é preciso.
Seria ótimo que Lula acabasse com essa vergonha nacional! Ganharia um apoio e tanto! Apoio de grandes formadores de opinião!
Mas, enquanto uma autoridade não se sensibilizar por nossa causa e conseguir reverter esse triste quadro, vamos ter que pagar em dia pra poder exercer nossa profissão, vamos respeitar as leis vingentes e lutar pelo que é nosso de direito.
VOTEM NA ENQUETE AO LADO!
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
SOLIDARIEDADE NO NATAL
NATAL 2009 - ESPALHE ESSA IDÉIA.
Para o Natal 2009 Que tal fazer algo diferente, este ano, no Natal?
Sim ... Natal ... daqui a pouco ele chega .
Que tal ir a uma agência dos Correios e pegar uma das 17 milhões de cartinhas de crianças pobres e ser o Papai ou Mamãe Noel delas?
Há a informação de que tem pedidos inacreditáveis.
Tem criança pedindo um panetone, uma blusa de frio para a avó....
É uma idéia.
É só pegar a carta e entregar o presente numa agência do correio até dia 20 de Dezembro.
O próprio correio se encarrega de fazer a entrega.
DIVULGUE P/ SEUS AMIGOS DA SUA LISTA DE CONTATOS
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
SÃO PAULO SEM O.M.B.
AO NOSSO GOVERNADOR
Toda classe musical de Pernambuco iria aplaudir o governador Eduardo Campos se ele tomasse a mesma iniciativa que José Serra tomou em São Paulo: Livrar os músicos pernambucanos da obrigatoriedade da carteira da O.M.B. Vamos torcer!
LEI Nº 12.547, DE 31 DE JANEIRO DE 2007 O Projeto de Lei nº 1302/2003 dispõe sobre a dispensa de apresentação da Carteira da OMB, na participação de músicos em shows e espetáculos afins que se realizem no Estado de São Paulo.
GOVERNADOR DO ESTADO DE SÃO PAULO: Faço saber que a Assembléia Legislativa decreta e eu promulgo a seguinte lei: Artigo 1º - Ficam os músicos, no Estado de São Paulo, dispensados da apresentação da Carteira da OMB na participação de shows e afins. Artigo 2º - Esta lei será regulamentada no prazo de 60 (sessenta) dias, a contar de sua publicação, estabelecendo-se os critérios e as penalidades a serem impostas aos infratores. Artigo 3º - Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. Palácio dos Bandeirantes, 31 de janeiro de 2007
A CASA DA MÚSICA
Estive por três dias na cidade de Porto em Portugal, acompanhando a SpokFrevo, que fez um show impecável na Casa da Música.
Bem, a Casa da Música é um lugar maravilhoso, um sonho, um projeto arrojado, ousado e de uma importância enorme para a sociedade. Além de ser um prédio imponente, que fica no centro da cidade, com um design arrojado e moderno é um lugar onde todos, independentes da sua idade ou condição, podem se sentir proprietários, seu legítimo habitante e construir seu espaço para se relacionar com a música e participar das descobertas e invenções do infinito mundo dos sons.
Esse lugar cresce e se reinventa a cada dia, é de dar inveja. Sede da Orquestra Nacional do Porto, da Banda Sinfônica e do Coral Sinfônico, a Casa tem uma das melhores salas de concerto do mundo e uma estrutura de studios de ensaio para todos os tipos e tamanhos de grupo. O lugar não é escola, é apenas um grande centro recreativo onde todos participam e encontram o caminho das descobertas.
Suas atividades vão da música clássica a música eletrônica, passando pelo pop e pelo popular sem preconceitos. Todos os dias existem apresentações, workshops e ações de formação. A música é reinventada e surgem novas linguagens de comunicação e interação com o povo.
Imaginem um lugar desse aqui em Pernambuco, o maior celeiro musical do país e um dos maiores do mundo!
Quem lucra com tudo isso é a sociedade.
Ah! Um lugar desse aqui!
segunda-feira, 23 de novembro de 2009
ENGENHO DOS MENINOS
domingo, 22 de novembro de 2009
sábado, 21 de novembro de 2009
SPOKFREVO NA NORMANDIA
TURMA DO BECO DO BARATO
Por esse disco dá pra se ter uma idéia do que foi a geração pós Woodstock no Recife. O movimento udigrudi, o jeito que vivemos os loucos anos 70.
Sem dúvida que o festival de Woodstock mexeu com a cabeça de toda uma juventude no planeta. Foi o maior evento de paz, amor, liberdade e poder da humanidade, mostrou uma nova maneira de viver, de poder ser, de poder fazer!
No Recife não foi diferente. Pra quem vivia sob uma repressão militar e religiosa, foi a gota d água que faltava. A casa de Lula Cortes e Kátia Mesel virou um QG da psicodelia, uma escola de artes aberta onde se fazia livros, discos, shows, fotografia, filmes Super 8, trabalhos gráficos e se ouvia muita música, muita!
De repente éramos surpreendidos com más notícias. “Prenderam fulano”, “mataram sicrano”, “a Federal proibiu o show de beltrano”. Ao mesmo tempo que nos entristecíamos, nos enchíamos de coragem pra FAZER!
Hoje tenho certeza que mesmo inconsciente, nós demos uma contribuição muito grande para uma nova realidade em nosso país, assim como a tropicália e outros movimentos artísticos pelo Brasil afora!
À VENDA NA PASSA DISCO: Fone 3268.0888
sexta-feira, 20 de novembro de 2009
O HOMEM FOI PRA LUA?
LP CARUÁ
Baús da história. Achei na net. Gravado em 1979 e lançado em 1980.
Ex-flautista e pifarista do Quinteto Violado, Zé da Flauta se destaca dos outros músicos nordestinos não só por sua seriedade, mas por sua técnica incomparável. Paulo Rafael é, junto com o artista supracitado, um dos principais responsáveis pela qualidade musical das obras do aclamado Alceu Valença. Qual seria o resultado da união dessas duas personalidades musicais? Certamente, música para nossos ouvidos! Ok, agora pense que, além desses dois, participam do disco o gênio Lula Côrtes (criador das pérolas psicodélicas Paêbirú e Satwa), Lenine e ainda Luciano Pimentel (baterista do já citado Quinteto Violado). É, meu caro leitor, é isso mesmo que você está pensando. Música de excelente qualidade.
Essencialmente instrumental (com uma exceção, a buliçosa "Zé Piaba", uma das primeiras obras vocais de Lenine), o disco investe na tradicionalidade da musica nordestina mesclada com o acid-rock e o progressivo europeus (não há como não perceber, por exemplo, as influências de Robert Fripp nas guitarras de Rafael). Não há como não se animar com músicas como "Sai uma Mista", ou até mesmo relaxar ouvindo "Tema da Batalha".
Pérola, assim como a maioria das obras do Udigrudi nordestino, Caruá é um disco único, que vale a pena ser ouvido e divulgado. Afinal de contas, música séria tem que ser encarada com seriedade!
Faixas:
1. Sai uma Mista
2. Rebimbela da Parafuseta
3. Baião da Barca
4. Ponto de Partida
5. Tema da Batalha
6. Fora de Órbia
7. Entardecer
8. Zé Piaba
9. Gôta Serena
Baixar
Postado por Phil Bones às 08:25
Marcadores: Lenine, Lula Côrtes, Paulo Rafael, Zé da Flauta
HOMENAGEM AO ABEY ROAD
quinta-feira, 19 de novembro de 2009
ABAIXO A O.M.B.
Em nenhum lugar do mundo existe Ordem dos Músicos, existe apenas o Sindicato forte e atuante, que faz realmente muito pelos músicos. Aqui no Brasil, a Ordem dos Músicos enfraquece o Sindicato e nos deixam órfãos. Pra que serve mesmo a OMB? Para nada. Para cobrar uma anuidade ridícula e proibir os músicos de tocarem se a anuidade estiver atrasada ou ele não ter a devida habilitação. Ridículo!
O que realmente a OMB faz em prol dos músicos? Que ela apresente os dados de benefícios que fez por alguém nos últimos 40 anos! Isso é um cabide de emprego federal! Tem mais é que acabar! Ia ser uma economia e tanto pro erário.
O que nos profissionaliza é o Sindicato, mas aqui ele é fraco, quase nada. A OMB estrangula a sua ação, anula seu verdadeiro ofício. Se músico fosse uma profissão de risco, ainda teria um sentido, mas se eu errar uma nota, uma harmonia, ninguém vai morrer, eu que vou passar vexame!
A ORDEM DOS MÚSICOS DO BRASIL É UMA POUCA VERGONHA!
O BRASIL DA SANFONA
MAURÍCIO CAVALCANTI
Pra quem gosta de ouvir um disco, relaxar e viajar pra bem longe, não deixe de ouvir ALÉM DAS FRONTEIRAS DO UNIVERSO o cd de Maurício Cavalcanti, relançado recentemente com nova mixagem e uma faixa bônus, Molhando o ar.
O disco é bem concebido, bem arranjado e trás participações de Maciel Melo, Spok e Antúlio Madureira. No repertório a famosa Aurora de amor de Maurício e Romero Amorim, sucesso em nosso carnaval. Os arranjos são do maestro Neneu Liberalquino que também toca violão e empresta sua voz no bolero Meu sonho, contrastando com o trombone de Nilsinho Amarante. Um trabalho excelente que merece toda nossa atenção.
À venda na Passa-Disco no Shopping Sítio da Trindade.
quarta-feira, 18 de novembro de 2009
NEGÓCIOS PARA MÚSICA
Oficinas de Capacitação em Negócios para Música
O Ministério da Cultura, através da Secretaria de Políticas Culturais e da Representação Regional Nordeste, a Fundação Nacional de Artes (Funarte) e Fundação Gilberto Freyre, em parceria com os órgãos de cultura dos governos estaduais e as superintendências do Sebrae da região Nordeste, convidam artistas e produtores da música a participarem das Oficinas de Capacitação em Negócios para Música.
As oficinas fazem parte do projeto de capacitação que o MinC e a Funarte estão realizando nos estados nordestinos, visando informar produtores e artistas sobre questões relativas à cadeia produtiva da música, tratadas em eventos nacionais e internacionais de negócios do setor, a exemplo da Feira Música Brasil, que acontecerá de 09 a 13 de dezembro de 2009, em Recife.
A capacitação pretende preparar os artistas e produtores para participar destes eventos e para tal contarão com palestras sobre assuntos como gestão de carreiras, empreendimentos culturais, gestão de projetos, direitos autorais, rodadas de negócios, novas tecnologias, negócios criativos, financiamento e investimento e políticas públicas.
Nessa primeira edição, serão realizadas duas oficinas em cada estado da região, sendo uma na capital, com carga horária de 40 horas, e outra em uma cidade do Interior, com carga horária de 24 horas.
Informações por meio do endereço eletrônico negociosdamusica@gmail.com ou pelo telefone (81) 3224-0561.
FESTIVAL CANAVIAL 09
A região da Zona da Mata Norte do Estado - especificamente as cidades de Nazaré da Mata, Vicência, Goiana, Condado e Aliança – reunirá entre 20 de novembro e 5 de dezembro toda a riqueza cultural local no Festival Canavial 2009. Uma programação diversificada que abrangerá música como o Lançamento dos CD´s Maracatu Atômico – Kaosnavial de Jorge Mautner e o Maracatu Estrela de Ouro e Pretinhas do Congo de Goiana; danças com os encontros de coco de rodas, maracatus e caboclinhos; oficinas, aulas-espetáculo e seminários de formação de cultura popular, e o projeto itinerante Caminhos do Canavial (uma espécie de ônibus-biblioteca, devidamente padronizado, onde educadores levarão o fomento á leitura para onde não se tem acesso à leitura, a exemplo de engenhos, assentamentos e comunidades rurais).
terça-feira, 17 de novembro de 2009
ACONTECEU EM WOODSTOCK
Aconteceu em Woodstock é uma história real escrita por Elliot Tiber, o homem que levou o maior festival de música da humanidade para a pequena cidade de Bethel, próxima à Nova York. Tiber conta no livro que Woodstock aconteceu quase por acaso. Para salvar o hotel dos pais da falência, ele ofereceu o terreno para promover um show de rock e arrecadar dinheiro. Ele só não sabia das proporções que o evento tomaria.
Fala o que se passou nessa pacata cidade durante o mês que antecedeu o mega evento dando uma noção do que foi a produção do festival, da dinheirama que foi gasta e toda trama política que envolveu o episódio.
O concerto, que aconteceu entre os dias 15 e 18 de agosto de 1969, acabou de completar 40 anos. O livro, divertido e engraçado, conquistou Ang Lee e virou filme com estréia prevista para janeiro de 2010 no Brasil.
Acabei de ler, é muito bom. Leiam!
LULA CORTES E MÁ COMP.
Acho que esses caras já estão juntos há quase 20 anos! De uma canja que Lula deu com eles no Sushi Bar no final da década de 80 pra cá, não pararam mais. Gravaram discos e fizeram enumeras apresentações.
Eu sou fã do trabalho deles, acho o melhor rock in roll do Brasil. Se Raul Seixas fosse vivo, iria morrer de inveja das letras diretas e certeiras de Lula.
“São quatro acordes que se fundem. É rock in roll na veia e nada mais”
Assim o Mago Lula define o trabalho que desenvolve com o guitarrista Xandinho, líder da banda desde sua criação.
Comprem os discos e vejam os shows, é do caralho!
NOSSA BANDA SINFÔNNICA
Quem ainda não assistiu um concerto da nossa admirável Banda Sinfônica no Teatro do Parque não sabe o que está perdendo! Trata-se de uma das melhores bandas sinfônicas do mundo, sem o menor exagero. Se você não puder ir ao teatro, compre o cd que é um espetáculo à parte. O disco mostra a evolução da Banda nos seus últimos sete anos de trabalho tendo à frente o competente Maestro Neneu Liberalquino.
O disco trás um repertório mesclado de clássicos e popular e conta com a participação de Proveta, da excepcional Banda Mantiqueira, Toninho Ferragutti um dos mais brilhante acordeonista da atualidade, o trompetista Fabinho Costa, o saxofonista Edson Rodrigues, a cantora Teca Calazans e o cantor Gonzaga Leal.
A interpretação de O GUARANI é uma das melhores que já escutei. Neneu conduz a Banda com pulso firme e exato. Destaco também a interpretação de Proveta (clarinete) na música Maluquinho do nosso grande maestro Zé Menezes. Vale a pena conferir!
SISTEMATIZAÇÃO DO FREVO
O jazz tem a mesma idade do frevo, porém é muito mais conhecido e mais tocado em todo o mundo porque foi sistematizado na década de 20.
Quando fui coordenador de música da Secretaria de Cultura do Recife, segui um conselho do maestro Neneu Liberalquino e coloquei na mesa de discussões uma proposta para sistematização do nosso ritmo. Houve um interesse enorme por parte de todos, a idéia foi bem aceita no gabinete do prefeito, começou a ser desenvolvida, formou-se uma comissão, idéias pra lá, idéias pra cá, orçamentos etc. Mas aí, acabou o mandato e tudo foi de água abaixo, esqueceram. Falam em seguir com o projeto do Paço do Frevo, um prédio na Praça do Arsenal de 4 andares todo dedicado ao frevo, um projeto do qual participei de seu nascimento a convite da então secretária de Ações Estratégicas Lygia Falcão, junto a Neneu, Spok e Wellington Lima em parceria com a Fundação Roberto Marinho e o Governo do Estado, mas no processo da sistematização sumiu, pelo menos até o momento eu não ouvi falar! É uma pena lastimável!
Eu morro de vergonha quando um músico de fora chega aqui no Recife querendo aprender frevo. O único jeito é falar com um maestro que tenha uma orquestra e colocá-lo no meio dos músicos, pois aqui não tem uma escola de frevo. Aliás, tem uma a ESCOLA DE FREVO MAESTRO FERNANDO BORGES. Olhando assim, até parece uma escola de frevos mesmo, com nome de maestro e tudo, mas na realidade, de frevo ela não ensina nada, só leciona o Passo, que é a dança do frevo. Que erro grotesco! Essa escola na minha opinião deveria se chamar ESCOLA NASCIMENTO DO PASSO, pois Nascimento foi o maior passista que o frevo já viu e é exatamente nessa escola onde o passo nasce pra tanta criança. Nome melhor não conheço!
O frevo, que é nosso cartão postal sonoro, está precisando de métodos, livros didáticos, professores especializados, escolas e muito incentivo dos governos municipal, estadual e nacional. Quando isso vai chegar? O jazz hoje é a música popular mais tocada no mundo. E o frevo? Onde ficamos?
Temos em mãos um potencial de negócios locais e internacionais de primeira grandeza! Não aprendemos ainda a tirar proveito disso. Precisamos saber fazer o marketig certeiro do produto frevo.
Quero concluir dizendo o seguinte: O frevo é uma música imponente por natureza, tem um leque de possibilidades de aplicação no mercado além do período de Momo, sua harmonia é rica e convida naturalmente ao improviso. Assim como no carnaval, se tocada apenas como arte musical em outras épocas, transmite uma onda energética positiva que nem uma outra música no mundo consegue, isso é verdade, estou falando sério! É tudo que todos querem ouvir no mundo de hoje!
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
MILAGRES?
Um estudo publicado esta semana pela revista High Times, especializada em divulgar fatos relativos ao uso da maconha lança a tese de que muitos dos milagres de Jesus Cristo foram feitos usando uma mistura à base de maconha. De acordo com o professor de mitologia clássica da Universidade de Boston Carl Ruck, responsável pelo estudo, Cristo e seus apóstolos teriam usado um óleo feito com a planta para curar doentes.
A rede britânica BBC, que veiculou a informação, identifica a mistura de maconha usada por Cristo como o kaneh-bosem, extrato usado para curar enfermidades físicas e mentais. Os cientistas, que encontraram nas escrituras sagradas referências à utilização do kaneh-bosem, dizem que ao contrário de hoje, as propriedades medicinais da Cannabis sativa eram utilizadas por absorção através da pele.
Além dos pesquisadores norte-americanos, diversos estudiosos lingüistas já haviam identificado a maconha como o ingrediente principal do óleo referido na Bíblia. Os doentes eram mergulhados na essência, que curava epilepsia, problemas na pele, nos olhos, ou até mesmo menstruais.
O estudo em nenhum momento coloca em dúvida os milagres de Jesus Cristo. A fé não é dissociada da cura pelos cientistas, que buscaram descobrir se a Igreja Católica, em seus primeiros anos, utilizou substâncias medicinais para curar enfermidades.
AUTÓGRAFO
O que é um autógrafo?
Pra que serve um autógrafo?
Alguém já parou pra pensar?
Mas fazem o maior inferno pra conseguir qualquer rabisco feito pelo punho do ídolo, pense numa danação! Só serve pra mostrar que aquela pessoa esteve junto do seu artista querido e às vezes nem isso. É comum pedir-se um autógrafo para outra pessoa e com dedicatória e tudo, uma assinatura só não vale!
- Coloca pra mim com um beijão!... Agora coloca aqui pra minha amiga com um abraço! ???
E é assinatura em camisa, em chapéu, em caderno, em qualquer pedaço de papel! E haja lugar pra assinar!
Esse tipo de coisa não faz sentido!
Agora: Se vc vai presentear alguém e faz uma dedicatória escrita a mão e autografada, é outra coisa completamente diferente.
OS QUATRO TIPOS DE FREVO
Frevo de bloco: Quando é tocado por instrumentos de pau e corda (bandolins, cavaquinhos, flautas, clarinetes, violinos, violões) e geralmente cantado por um coro feminino. Muito influenciado pelas canções de pastoril.
Frevo canção: Executado por orquestras ou bandas sempre acompanhando um cantor ou uma cantora. Muito executado nos clubes e palcos de rua sempre com a missão de alegrar o folião. As letras em sua grande maioria, falam de carnaval.
Frevo de rua: Uma música totalmente instrumental composta para orquestra, que tem o poder de convocar e arrastar multidões pelas ruas com suas melodias contagiantes. Geralmente é mal executado, pois na rua, andando junto aos foliões, fica difícil para o músico caprichar na afinação e articulação.
Frevo de palco: Quando o frevo é tocado em um palco, para uma platéia sentada e calada. Esse frevo é mostrado em primeiro plano, sem cores, sem poesia, sem confetes nem fantasia, sem sombrinha, sem passista, nada que arremeta ao carnaval. Seus arranjos são elaborados para que os músicos improvisem, mostrando liberdade de expressão. É um frevo apresentado como ator principal.
MUNDO SAPIENS
MUNDO SAPIENS
Quem gosta de música pop, esta é uma excelente banda, formada por jovens e talentosos músicos paulistas. Ouvi e gostei, o som é demais! Super bem feito artisticamente, bem definido musicalmente e bem elaborado, arranjos incríveis, execuções perfeitas. O casamento perfeito entre música e poesia.
"Fazemos um som para a galera dançar e se divertir, mas ao mesmo tempo levamos às pessoas uma mensagem de reflexão sobre assuntos presentes na vida de todos", afirma Pedro Mendes, guitarrista e compositor de 22 anos.
Escutem: www.myspace.com/mundosapiens
PARCERIAS DUVIDOSAS
É muito comum um compositor fazer sozinho uma música e uma letra, sem parceiros e depois entregar uma parceria para quem gravar primeiro.
Na década de 80 o maior compositor de forró foi Adolfo da Modinha, lembram dele, nunca fez de fato uma música nem uma letra, mas por um determinado período foi um grande compositor, parceiros de grandes nomes da nossa música só porque tinha uma gravadora e várias lojas de discos espalhadas pelo Nordeste.
Eu mesmo como produtor de discos já recusei milhares de ofertas desse tipo. Gente que pra baratear o custo das gravações em meu estudio, me oferecem parcerias, principalmente os forrozeiros. É exatamente no forró onde essa prática se alastra como epidemia colocando em dúvidas célebres parcerias. Será que clássicos como Asa Branca é realmente de Luiz Gonzaga? Ou ele pegou a parceria de presente porque gravou a música? E as outras parcerias com Humberto Teixeira? Será que são mesmo dos dois?
Ficam comprometidas todas as parcerias de forró até que se prove o contrário!
domingo, 15 de novembro de 2009
CAPIBA ERROU!
É FREVO, MEU BEM!
Capiba.
Pernambuco tem uma dança
Que nem uma terra tem
Quando a gente entra na dança
Não se lembra de ninguém
É maracatu, não!
Mas podia ser.
É bumba-meu-boi, não!
Mas podia ser.
Mas será o baião, não!
Mas podia ser.
É dança de roda, não!
Quero ver dizer...
É uma dança
Que vai e que vem
Que mexe com a gente
É frevo, meu bem!
Descubra onde está o erro?
Não é fácil achá-lo, pois sempre ouve uma grande confusão em torno da tríede frevo, passo e folia. É comum fazermos essa troca, pois crescemos no Recife assistindo esse conflito gramatical. É comum se ver num jornal, na capa de um livro, a foto de um ou uma passista escrito em baixo a palavra frevo, onde deveria ser passo. Pra ter frevo escrito sob uma foto precisaria ela mostrar uma orquestra, um músico de frevo, não é verdade? ´
Quando no carnaval avistamos uma orquestra arrastando multidões pelas ruas, podemos dizer com toda certeza, lá vem a folia! Pois estamos observando a soma do frevo + passo + alegria, correto?
Então:
Frevo é a música.
Passo é a dança do frevo
Folia é a agitação, a alegria e a euforia transmitida pelo frevo e pelo passo.
Capiba errou, mas foi sem querer! Ele foi vítima da confusão ou passou despercebido quando escreveu a letra, porque eu tenho certeza que ele sabia distinguir bem as três expressões.
A SPOKFREVO ORQUESTRA
Sou testemunha ocular e auricular, embora muito suspeito, por pertencer a diretoria da SpokFrevo Orquestra, de um fato que está mexendo com o conceito da música moderna hoje na Europa.
Quando em 2003 resolvemos fazer um frevo rebuscado, dirigido a uma platéia sentada e calada, diferente dos dias de Momo – onde o frevo é executado de qualquer jeito, sem grandes ensaios para um público instigado pela folia, pelo passo e pela alegria – tínhamos plena consciência do que estávamos fazendo e nos metendo. Houve e há quem nos critique até hoje, e eu não tiro a razão deles, pois nunca prestaram a devida atenção ao ritmo como arte e linguagem musical, apenas como trilha sonora do encanto carnavalesco pernambucano, o que é uma magia, linda e maravilhosa, embora não seja tudo!
Sempre nos questionamos por que o frevo não era executado durante todo o ano e eu sempre achei isso fácil de responder: Porque é uma música exclusivamente carnavalesca, sem chances para outras ocasiões, talvez para um réveillon ou um final de festa apoteótico. Depois do surgimento da SpokFrevo Orquestra, esse conceito mudou completamente, o frevo passou a ser tratado como ator principal e não mais como coadjuvante.
Mostrar o frevo com a dignidade dessa orquestra é inédito em nossa história. Tocá-lo de paletó e gravata, numa manifestação de respeito e carinho, com uma orquestra completa e arranjos modernos, dando aos músicos a liberdade de expressão, assim como no jazz, ninguém fez antes da SpokFrevo. Não mesmo! Uma tentativa aqui, outra ali, e nada mais. Um trabalho com uma consistência estética e musical desse grupo é inédita e bastante louvável.
Uma vez perguntado como a platéia reagia ao frevo na Europa, Spok respondeu: “O que eu acho mais mágico é o silêncio, ver todas aquelas pessoas sentadas e caladas ouvindo nossa música e no final aplaudir calorosamente! Nós adoramos e vamos continuar tocando no carnaval, no meio do povo, nos palcos e pólos de animação, mas para nós músicos é tão bom quanto tocar para uma platéia silenciosa, um frevo mais trabalhado, com arranjos mais elaborados e isso vem nos mostrando que estamos no caminho certo e com isso conseguimos executá-lo o ano inteiro aqui e no exterior!”
Isso é muito bom e importante! A SpokFrevo Orquestra já esteve em vários países da Europa e também na China, na Índia, na Tunísia, na África do Sul, sempre completa e apresentando um frevo de alta qualidade, aplaudidíssima a cada show que faz. Essa maneira de tocar frevo impressionou principalmente o público apreciador do jazz, da música instrumental, da World Music. Não é a toa que nosso CD e DVD se encontram nas prateleiras desses gêneros, ao lado de grandes nomes como Sony Rollins, Quincy Jones, Chik Corea, entre outros, com um selo adicional “novidade”.
Muitas pessoas perguntam por qual motivo não usamos bailarinos nem cantores. Teve quem ficasse indignado por não levarmos essas duas peças ao Maracanã na ocasião em que tocamos no encerramento do PAN em 2007. A resposta é simples:
Quando fazemos um frevo para ser apreciado como música, não devemos cometer tal erro. A poesia e o bailarino roubam a cena e o cuidado à música. Naquele momento estamos tocando frevo no mais alto sentido da palavra, nada pode rouba-lhe a atenção. Há momentos para isso, mas ali, por exemplo, não era o caso. Nós Tb usamos bailarinos e cantores quando fazemos bailes carnavalescos.
Em 2005 recebemos o Prêmio TIM como banda revelação da Música Brasileira, para nós uma alegria singular. Em 2009 recebemos o prêmio de melhor grupo e melhor CD de música instrumental do país. Nossa felicidade só aumentou, pois o prêmio foi dado a um grupo e um disco exclusivamente de frevos, de frevos instrumentais. Isso é muito representativo e vem reforçar a crença de que estamos no caminho certo, fazendo a coisa certa.
O fato é que, hoje, o Frevo se tornou uma espécie de embaixador de nossa cultura no velho continente. Atravessou o atlântico de cabeça erguida e entrou, entre outros lugares, no Palácio Elysée, onde foi solenemente recebido pelo presidente da França e seus convidados no Dia Internacional da Música, em 21 de julho de 2008. Temos nos apresentando em requintados clubes e festivais de Jazz da Europa, sendo assistidos por mais de 300 mil pessoas em mais de 40 apresentações. Recentemente, em Paris, gravamos um show para a RTL, uma das mais importantes rádios francesas, que atinge um público também estimado em 300 mil ouvintes.
É muito bom, por exemplo, chegar ao aeroporto de Marceille, no sul da França, para embarcar para Itália, e assistir a uma apresentação nossa nos telões da sala de embarque chamando a atenção de todos. É muito bom ouvir elogios de pessoas nas ruas, dizendo que nos assistiu num determinado evento, que nos viu na TV, sempre com um semblante de alegria e prazer estampados no rosto! É muito gratificante saber que uma apresentação em que fomos anunciados com um ano de antecedência na Normandia vendeu todos os ingressos antecipados. No dia, tivemos que fazer dois shows, para todos que estavam do lado de fora querendo pagar para nos ver.
Em Londres, por exemplo, um país que não é muito aberto a música de outros mundos, eu vi o público hipnotizado com o nosso frevo. Tocamos no Barbican, uma das salas mais requintadas do mundo, para uma platéia de formadores de opinião, de críticos de arte, de jornalistas e amantes do jazz. Esse pra mim foi o show mais importante da nossa recente turnê pela Europa. Nessa ocasião, ao final do show, tivemos a oportunidade de mostrar como o frevo sempre foi tocado no carnaval durante seus 100 anos, arrastando multidões. Descemos do palco e fomos até o lado de fora do famoso Centro Cultural, num grande e animado arrastão. Esta apresentação foi mostrada para todo o Brasil através do Jornal Hoje e do NE TV, feita pelos correspondentes da Rede Globo em Londres.
Em 2008 no Festival de Jazz de Montreux, fizemos duas apresentações no palco das Big Band. Orquestras de todo o mundo ali se apresentaram. Foi mostrado por elas um repertório, na maioria das vezes bastante conhecido dos amantes do gênero. Quando chegou a nossa vez, o local ficou repleto de gente, inclusive de músicos das outras bandas, entusiasmadíssimos com o que estávamos apresentando. Era algo diferente aos ouvidos deles. No dia seguinte, nosso show gerou uma grande uma grande disputa por lugares perto ao palco, vendemos todos os CD´s e DVD´s que carregávamos. Ao final, músicos e maestros queriam cópias de nossas partituras.
Tenho a impressão, assim como Frédéric Gluzman, nosso empresário na Europa, que, dentre breve, surgirão orquestras de frevo na França, Holanda e outros lugares do continente. Surgirão frevos nos repertórios das orquestras estrangeiras.
Em maio de 2009, Spok esteve em Nazaten, na Holanda, durante um intervalo de 5 dias em nossa primeira turnê do ano, para ensinar uma orquestra local a tocar frevo e isso é o começo de uma nova página na nossa história.
Quem quiser que ache um absurdo o que vou dizer agora, mas é um fato, e contra fatos não existem argumentos: A SpokFrevo Orquestra criou uma nova conduta moral para o frevo e está mostrando ao Brasil e ao mundo o quanto é bela e rica nossa música, derrubando várias e antigas teorias, quebrando tabus e colocando o Recife e Pernambuco em seu devido lugar como gerador de grandes talentos musicais.
O frevo está para o Capibaribe, assim como o jazz para o Mississipi.
VEJAM ISSO!
O PÍFANO
Pífano, pífaro e pife são a mesma coisa. Um instrumento de influência indígena feito de taboca, uma espécie de bambu, com sete orifícios, um para soprar e seis para dedilhar. Às vezes também são feitos de canos de PVC ou de canos de metal, mas não têm a mesma sonoridade nem a mesma beleza.
Existem duas maneiras tradicionais de tocar esse instrumento: em dueto (dois pífanos), acompanhado do ritmo da zabumba, pratos, caixa e contra-surdo, que são as famosas "Bandas de Pífanos"; e com o pífano solo acompanhado de sanfona, cavaquinho, violão de sete cordas, pandeiro e ganzá. No caso das bandinhas, os dois pífanos tocam em intervalos de terças, às vezes de quartas e em algumas passagens provocam dissonâncias incríveis.
Às vezes é difícil acreditar como um instrumento tão simples é capaz de produzir uma música tão rica e bela, animar festas, procissões e ainda ser o sustento de muitos músicos no nordeste. Geralmente, os tocadores fazem seus próprios instrumentos, e uma quantidade maior para vender em feiras e apresentações.
Gilberto Gil é um fã das bandas de pífanos e uma vez li entrevista sua dizendo que a Tropicália nasceu depois que ele viu a Banda de Pífanos de Caruaru (a dos irmãos Biano) tocando. Caetano Veloso colocou uma letra em "Pipoca Moderna", de Sebastião Biano. Eu gravei um frevo de rua chamado "Bianos no Frevo" no LP Asas da América vol.3 que termina com "A Briga do Cachorro com a Onça", música tradicional das bandas - que é executada por quase todas elas. Nelson Ferreira, um dos grandes compositores de frevo, tem o seu famoso "Esquenta Muié", um explosivo frevo de rua que começa com uma alusão aos pífanos. Eu fiz muitos duetos de flauta e guitarras com o guitarrista Paulo Rafael imitando os pífanos quando acompanhávamos cantores em shows e gravações.
O som desses instrumentos influenciou muitos compositores e arranjadores brasileiros. Está marcados na música de Lenine, Quinteto Violado, Hermeto Pascoal, Xangai, Egberto Gismonte, Geraldo Azevedo, Naná Vasconcelos, Alceu Valença, Orquestra Armorial, Antúlio Madureira, Carlos Malta (que não é nordestino mas tem um disco belíssimo chamado "Pife Moderno", que é simplesmente genial!) e outros tantos que não me lembro agora.
As bandas também são conhecidas como "Esquenta Muié", "Terno de Pífanos" e "Zabumba", dependendo da região.
As maiores características do tocador de pife é ser humilde e não entender nada de música. Faz por pura intuição e inspiração. Edmílson do Pífano, um dos maiores tocadores que eu conheço, me disse que fazia música no ônibus, quando viajava e as via passando pela janela. Sebastião Biano me disse que sustenido era "meio dedo no buraco". Depois de "são as teclas pretas do piano", definição dada por um antigo professor de música, essa foi a melhor explicação que ouvi sobre sustenido. Agora, diga que não é!
Em julho de 1997, tive o prazer de dar uma canja com a Banda de Pífanos Dois Irmãos de Caruaru, no Central Park em Nova York. Foi um momento inesquecível, os americanos não deixavam a gente sair do palco. No fim da apresentação, descemos e fomos pra cima do público, que caiu no forró fazendo a poeira subir. Pra encerrar, vai uma frase de João do Pife, de Caruaru:
"Eu faço pife, toco pife, vendo pife, por isso estou assim pifado!"
VOCÊ SABE O QUE É FORRÓ?
Há quem queira acreditar que a palavra forró vem do inglês "for all" (para todos). Tudo bem, quem quiser acreditar que acredite, mas pra mim isso é conversa pra boi dormir. Só falta dizer que foram os ingleses que inventaram o forró.
Quando eles chegaram ao Brasil, com a Great Western, para construir estradas de ferro, no início do século XVIII, o forrobodó já existia, assim como o pagode, o samba e o arrasta-pé - que eram expressões para designar as festas populares movidas à música, dança e aguardente. O forrobodó, por ser uma palavra nascida no Nordeste, foi que deu origem à palavra forró. O primeiro registro data de 1733, num jornal chamado O Mefistófolis (o satanás), no número 15: "Parabéns ao Dr. Artur pelo grande forró realizado em sua casa..." .
A construção das estradas de ferro no Nordeste deu origem, também, a algumas palavras do nosso vocabulário como baitola, que vem de bitola; sulipa ("dei uma sulipa nele"), vem de sliper (dormente) e algumas outras que não me recordo agora.
O forró também não é um gênero de música, como muitos pensam. Se observarmos um disco de forró, por exemplo, vamos encontrar vários gêneros musicais como côco, xote, xaxado, marchinhas, baião etc. Forró é o coletivo da musicalidade popular do nordestino, a junção da música que vem da sanfona, da zabumba e do triângulo, originalmente, com a cachaça e a dança. Se você diz: "vai ter forró lá em casa", todo mundo vai ficar sabendo que a festa vai ter essas características e vai ser legal.
Vários artistas fizeram e fazem sucesso cantando e tocando essa música alegre e contagiante: Luís Gonzaga, Jackson do Pandeiro, Almira Castilho, Marinês e sua Gente, Trio Nordestino, Jacinto Silva, Toinho de Alagoas, Biliu de Campina, Edmílson do Pífano, Dominguinhos, Alceu Valença, Fagner,Elba Ramalho etc. E vão surgir muitos outros, pois o forró é uma música verdadeira, que fica. Entra moda, sai moda e o forró tá lá (não confundir com o forró brega como Mastruz com Leite, Cavalo de Pau, Calcinha Prêta (olha o nome da banda!) e outras do gênero - que só tem o mérito de empregar vários músicos, bailarinos e técnicos num show de puro apelo sexual.
Pra mim, o forró mais gostoso de se ouvir é o pé-de-serra instrumental; cada vez mais raro, pois nos lugares aonde chegava para fazer shows, Luiz Gonzaga era muito procurado por sanfoneiros os quais, pra mostrar serviço, tocavam Tico-Tico no Fubá, Brasileirinho e outras similares, cheias de notas e de difícil execução. Seu Luiz olhava pra eles e dizia: "Sanfoneiro que não canta, não ganha dinheiro nem mulher". Essa postura influenciou muitos músicos bons. Pra mim isso é errado, pois esses instrumentistas tocam bem, mas cantam mal. Por outro lado, há aqueles que ainda dão mais ênfase ao forró instrumental quando gravam um disco. É o caso do grande sanfoneiro Duda da Passira. É comum nos discos de Duda encontrar apenas uma música cantada (normalmente, a última); todas as outras são instrumentais. Quando produzi o disco de Edmílson do Pífano, tive o cuidado de não o deixar cantar. Minha intenção era mostrar ao público a sua verdadeira arte: o dom de tocar aquele canudinho de bambu. O mesmo prazer e sensassão de alegria que sinto ao ouvir o pífano de Edmilson,
eu tenho quando escuto a voz ritmada de Jacinto Silva.
Grande parte da sociedade ainda não assimilou o forró. Acham que é música de pobre, de gentinha, que sanfona é instrumento de cego e coisas assim. Porém, não sabem o que estão perdendo. O forró é a dança mais sensual que já vi em minha vida. Aquele bate-coxa enlouquece qualquer um; a música é alegre e contagiante.
LIVERPOOL E O FREVO
A história do frevo começa no final do século passado com a formação dos clubes-de-rua, pela classe trabalhadora do Recife, que arrastava milhares de foliões pelas ruas da cidade.
O termo "clube-de-rua" foi dado por Katarina Real, antropóloga americana que muito estudou a cultura pernambucana e era louca por nosso carnaval. Antes eram conhecidos como "clubes pedestres".
Sempre ligados a alguma categoria profissional, figuravam entre os primeiros clubes: "Vassourinhas", criado pelos varredores da cidade e fundado em 1889, "Caiadores", "Espanadores","Parteiras de São José", "Carpinteiros", "Bilheteiros do Recife", "Bloco das Pás de Carvão" (que depois virou Clube das Pás") e outros tantos do gênero. Calculam os especialistas que no carnaval de 1900 já existiam mais de 100 agremiações, só na capital pernambucana.
Todos eles saiam às ruas com suas músicas tocadas por charangas (pequenas orquestras de metais) que tinham em seus repertórios dobrados militares, ou músicas cantadas, lembrando as marchinhas cariocas ou melodias de pastoril. Essas últimas muito cantadas nos Blocos.
Aos clubes-de-rua se juntavam os capoeiras e os bêbados com suas danças. É de se notar a influência desses dois elementos na criação do "Passo", a dança do frevo. Por motivos de classe, criou-se o "Frevo-de-bloco", que era uma coisa mais familiar, onde as esposas cantavam com as filhas e os maridos tocavam com os filhos e amigos. A música desses blocos, que lembram bastante o pastoril, com a predominância das vozes femininas, é acompanhada por instrumentos de pau-e-corda (bandolim, cavaquinho, banjo, flauta, clarinete, surdo e pandeiro).
Ano a ano, essas músicas iam se transformando de acordo com a brincadeira, iam tomando formas diferentes e mais alegres. Os clubes e os blocos compondo seus hinos.
O povo da Zona da Mata, que trabalhava nos engenhos, vinha para o Recife durante o período momesco e é deles o termo "Frevo", que vem de "Frevura" (fervura), numa analogia com a temperatura e o movimento que a cana-de-açucar fervia nas caldeiras, quando lhe extraíam o "mel". Quando os Clubes-de-Rua passavam arrastando a multidão, se dizia: - "Lá vem o frevo!" "A orquestra tá frevendo!" " Olha a frevança!"
Hoje, o frevo divide-se em três: Frevo-de-rua, Frevo-de-bloco e Frevo-canção. O frevo-de-rua é aquele que só é tocado, não tem canto. Na minha opinião é o mais frevo de todos, o mais rico em termos musicais. É música de músico, como o jazz. Não é qualquer um que faz um frevo de rua. Tem que ter um bom conhecimento harmônico e de composição para se atrever a essa tarefa, além de uma alma carnavalesca. É a música que arrasta multidões pelas ruas, que enlouquece as pessoas, que nutre nosso espírito. Eu, em toda a minha vida, não me lembro de ter ouvido uma frase musical que me inspirasse tanta alegria como os três primeiros compassos de Vassourinhas. Essa frase musical é muito especial, e quando é tocada o povo vai à loucura até hoje. Me lembro de uma orquestra famosa do Recife que levou a maior vaia cultural da história de Pernambuco quando, em meio ao frevo, sua cantora ameaçou um axé. Pra quê? O povo só se acalmou quando o maestro, desesperado, tocou Vassourinhas.
O frevo-canção também é muito cantado nas ruas, principalmente com o fim dos carnavais de clubes,onde eram mais executados. Esse faz o gosto do povo por ser uma música mais fácil, de melodia simples. O frevo-de-bloco é o mais lento de todos, tem uma melodia triste-alegre e é uma brincadeira mais familiar e mais bem comportada.
Mas, afinal de contas, o que é que Liverpool tem a ver com toda essa história? Onde se encaixa?
É simples. E não tem nada a ver com os Beatles. Em 1886, um navio da Cory Brothers, vindo de Liverpool, queria descarregar uma carga de carvão no porto do Recife em pleno domingo de carnaval. Como os carvoeiros estavam de folga, foi oferecido um pagamento dobrado para eles fazerem o serviço. Após receberem o dinheiro extra, eles saíram alegres pelas ruas da cidade, bebendo e cantando, e criaram o Clube da Pás de Carvão, hoje Clube da Pás, a mais antiga agremiação de carnaval de Pernambuco. Esse clube, sem dúvida, foi o que mais influenciou a formação de outros e existe até hoje, com sede no bairro de Campo Grande.
Agora, e se esse navio não tivesse chegado justo nesse dia, com tanta pressa para descarregar?
sábado, 14 de novembro de 2009
EDMILSON DO PÍFANO
Nascido em Lajedo e morador de Caruaru, filho de uma família onde todos tocam pífano, Edmilson do Pífano se destaca por suas composições lindas e ingênuas, de grande valor musical e as vezes dificílimas de se tocar em tal instrumento. Edmilson é um dos maiores tocadores de pífanos do nordeste brasileiro, seu toque é expressivo, arrojado, verdadeiro, carismático e de uma personalidade sem igual, é dono do seu próprio estilo. Sua intimidade com o instrumento que lhe dá o sobrenome começou aos oito anos de idade, quando acompanhava seu pai nas novenas religiosas e nas festas de São João.
O forró arrojado e apurado de Edmilson nos lembra Luiz Gonzaga, Dominguinhos e Sivuca, grandes nomes da música nordestina brasileira, ideal para quem quer simplesmente ouvir uma boa música regional ou dançar até não agüentar mais. É um trabalho de alto nível que, aos poucos, vai conseguindo seu merecido reconhecimento.
Edmilson nunca cursou uma escola de música, toca e compõe por pura intuição e inspiração, um dos maiores tocadores que eu conheço. Uma vez ele me disse que fazia música no ônibus, quando viajava e as via passando pela janela. Com 49 anos de idade e mais de 37 anos de carreira, apaixonado pela terra e seus ritmos, Edmilson do Pífano tem 15 trabalhos gravados e faz shows o ano inteiro pelas casas de forró espalhadas pelo Nordeste.
ALCEU, AO NOSSO JEITO!
Alceu, ao nosso jeito
Esse é o nome do projeto que estou em fase de mixagem, junto com a banda Hanagorik. É um tributo a Alceu Valença com 14 músicas do seu vasto repertório arranjadas e interpretadas de uma forma inusitada pela melhor banda de rock de Pernambuco. (escute Papagaio do futuro no myspace. www.myspace.com/hanagorik )
Vou danado pra Catende, Sol e chuva, Você pensa, Papagaio do futuro, Planetário, Agalopado, Fé na perua, Sete desejos, Primeira Manhã, Edipiana nº1, Cavalo de pau, Rajada de vento, Veneno, Que grilo dá, fazem parte do cd que deve ser lançado após o carnaval.
Com 18 anos de estrada a Hanagorik é reconhecida pelo público e mídia como uma das mais promissoras bandas do cenário Rock/Metal pernambucano, com apresentações em todo o Nordeste, no Sudeste e com 4 turnês pela Europa a Hanagorik já dividiu o palco com grandes nomes internacionais como Sepultura, Paul Di'anno, Stratovarius e Six Feet Under, passando por festivais de renome como o Abril pro Rock, Skol Rock, Pe no Rock, Fest Valda, Hanf Parade e Expo Hannover 2000, tendo ainda sido eleita a Banda do Ano pela revista Rock Brigade, Banda Demo do Mês pela Revista inglesa Metal Hammer e tendo um video clip veiculado pela MTV Brasil. Com um som mais maduro e definido, letras envolventes e afiadas e um peso musical que já é a referência dessa banda pernambucana da cidade de Surubim, fazem uma mistura sem rótulos que deixa ainda mais 'no ar' até onde vai o limite e onde se encontram as idéias de Jones (vocal),Daniel(guitarra) Totonho (baixo), Tuca (guitarra) e Junior (bateria).
Hanagorik no Youtube: www.youtube.com/hanagoriktube
Hanagorik no Myspace: www.myspace.com/hanagorik